Ela é conhecida por sua vibração e emoção quando dança, e chega cheia de motivação para seu décimo desfile como porta-bandeira, ele já rabisca as quadras de escolas de samba desde que retornaram os desfiles ao sambão do povo. Juntos a apenas um desfile e vencedores do Troféu Faisão de Ouro 2017, vamos bater um papo com Alana e David (Tatu) primeiro casal da “Mais Querida” Unidos da Piedade.
Patrick (Viva Samba): Alana, você tem um nome marcado como porta-bandeira no Carnaval Capixaba, como surgiu essa porta-bandeira?
Alana (porta-bandeira): Eu comecei desfilando como porta-bandeira em 2009, ocupando o cargo de segunda porta-bandeira da Novo Império. Em 2006 eu havia feito um curso com Roberto Cigano e Denise, porém logo após esse curso eu engravidei e tive que adiar minha estreia como porta-bandeira, concretizando essa em 2009. Eu sabia que a Novo Império na época não tinha segunda porta-bandeira então entrei em contato com Anderson Luppi e falei do meu interesse pelo cargo.
Patrick (Viva Samba): Você é imperiana mas já defendeu outros pavilhões, como foi essa experiência?
Alana (porta-bandeira): Além do pavilhão imperiano, também defendi o pavilhão da São Torquato por quatro anos, foi um experiência inesquecível, pois fui muito abraçada pela comunidade e a São Torquato é a escola que me deu a oportunidade de ser primeira porta-bandeira, acreditou no meu trabalho.Hoje defendo com muito orgulho o pavilhão da “Mais Querida”, Unidos da Piedade. Me apaixonei pela escola, pela importância histórica da escola em nosso carnaval e por conviver de perto com a comunidade da Fonte Grande, pois sou professora da escola Anacleta, que fica no bairro. Muitos dos meu alunos são meus ritmistas, dançar com eles tocando me causa uma emoção e satisfação imensa.
Patrick (Viva Samba): Você tem uma característica de porta-bandeira tradicional e de muita garra, e demonstrou muito isso nos últimos desfiles. Como foi superar todas essas dificuldades na avenida?
Alana (porta-bandeira): Cada desfile é um novo desafio, e uma nova oportunidade de fazer melhor, dificuldades passei por várias, principalmente em relação a fantasias, a única opção que temos diante de uma dificuldade é colocar um sorriso do tamanho do mundo no rosto, bater no peito e seguir com garra e principalmente muito amor pelo que faz, e mesmo quando tudo parece não ter mais jeito, não desistir nunca, carnaval é amor e superação das próprias dificuldades.
Patrick (Viva Samba): Desde o desfile passado você tem ao seu lado o experiente David (Tatu), e vocês tem uma identificação muito forte. Como tem sido essa parceria?
Alana (porta-bandeira): Eu e Tatu já eramos amigos a muitos anos, quando ele me convidou para fazer a parceria com ele, por indicação de seu companheiro, fiquei muito animada e ao mesmo tempo ansiosa para ver se iria dar certo. Graças a muito trabalho a parceria tem agradado ao público e espero que mais uma vez agrade aos jurados.
Patrick (Viva Samba): Esse ano vocês estão confeccionando a própria fantasia de avenida. Como está a ansiedade para ver tudo pronto? E conte um pouco sobre esse desafio.
Alana (porta-bandeira): O Atelier do David (Tatu) quem está confeccionando, pensa numa guria ansiosa, aí multiplica por um Sambão do Povo lotado… sou eu (risos). Mas confio no trabalho do David e vai dar tudo certo.
Patrick (Viva Samba): Como surgiu o mestre-sala Tatu?
David Tatu (mestre-sala): Eu me chamo David, mas conhecido como Tatu. Estou no carnaval desde quando voltaram os desfiles para o Sambão do Povo. Comecei como mestre-sala na Unidos de Jucutuquara onde sou nascido e criado. Comecei como terceiro mestre-sala, mas não cheguei a ir para avenida por falta de recursos, onde desfilei com a Thalita. No ano seguinte voltei sendo o segundo da Jucutuquara, onde passei por um concurso, mas não fiquei e desfilei pela Imperatriz do Forte, onde entrei como segundo e desfilei como primeiro. Um ano depois desfilei pela Barreiros com primeiro, no outro ano voltei para Jucutuquara como o segundo, onde fiquei mais dois anos dançando com Aliane, Kelly e Vânia. Depois fui defender o pavilhão da Andaraí com a Ediane. Logo depois voltei para Jucutuquara, ficando lá por mais 10 anos.
Patrick (Viva Samba): Então já são 17 anos de avenida? Mas nessas indas e vindas você não chegou a ser primeiro da Jucutuquara. Ainda sonha em ser primeiro da Coruja? Ou tem ambição em defender algum outro pavilhão?
David Tatu (mestre-sala): Então, eu amo minha Nação! Porém, já cheguei a realidade que infelizmente, quem são valorizados são os de fora e não os da casa. Mas eu fico feliz em ver meu pavilhão brilhando na avenida e também fico super feliz em ver as pessoas que estão lhe defendendo.
Patrick (Viva Samba): Em 2017 vocês fizeram um desfile com alguma dificuldades, mas pela dança alcançaram boas notas. Como está a preparação para mais um show na avenida?
David Tatu (mestre-sala): Então! em cima da hora prometeram uma roupa e quando chegou a roupa estava sem reajuste. Ficamos até o último momento refazendo nossa roupa. Mas com nossa experiência de avenida conseguimos chegar a uma das maiores notas do Carnaval Capixaba. A nossa preparação está muito boa, tive uma pequena lesão nos pés em uma gravação, mas essa semana estamos voltando com força total para recuperar um décimo que nos tiraram ano passado.
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