As análises desse ano, faço com o intuito de contribuir com o carnaval capixaba. Sabemos dos desafios do Carnaval 2017, a qual a LIESES e as escolas mais uma vez superaram todos os obstáculos, principalmente o baixo financiamento público e privado. Os apontamentos aqui registrados, podem ser considerados como críticas construtivas, observações pessoais, sem estresse, sem ligação alguma com Liga ou com alguma escola.
1) A apresentação das escolas do Acesso foi fantástica, tivemos alguns contratempos, mas em anos, 2017 foi o melhor.
2) A LIESES precisa reorganizar o regulamento, prevendo as penalidades sérias para as agremiações que não cumprirem com suas obrigações, principalmente quando envolve a “plástica do desfile”. O não compromisso com o carnaval e com o público, favorece ao não reconhecimento da seriedade que é os desfiles das escolas de samba.
3) Foi o ano do cumprimento dos horários dos desfiles; do sucesso dos casais de mestre-sala e porta-bandeira; da juventude do samba, isso mesmo, nosso carnaval tem sido produzido por jovens e isso é muito bom!
4) Continuo impressionado com a quantidade de diretores de bateria. A mulherada tem sido presença constante e com força nas baterias das escolas de samba, assumindo cada vez mais “qualquer lugar” no carnaval.
5) A LIESES poderia divulgar antecipadamente ou disponibilizar o roteiro dos desfiles, para que o público acompanhe as propostas dos enredos e compreendam minimamente qual mensagem quer se passar.
Tenho muitas outras observações, então vamos ao que interessa. É importante mencionar que as minhas análises partiram do campo de visão da 1ª e 2ª cabines de jurados, de onde acompanhei algumas apresentações, complementadas por vídeos, minha nota é de 9,0 a 10 para cada escola:
Sexta-feira (17/02/2017) – Grupo A (Acesso)
Independentes de São Torquato - Com o enredo “Na busca pela sabedoria, meu caminho é independente”, a agremiação trouxe a sabedoria para abrir os desfiles, a . A escola apresentou um desfile “correto”. Com os quesitos fazendo cada um o seu papel. Ser a primeira escola a desfilar é um desafio, atrelado a falta de recurso e outros empecilhos durante o desfile. A Comissão de Frente apresentou uma coreografia correta e criativa, assim como o casal de MSPB que demonstrou desenvoltura e uma linda roupa. A Bateria da escola também foi o destaque da vermelha e branca. As Alegorias tinham bom acabamento, assim como as Fantasias. O Samba foi bem interpretado e cumpriu o seu papel. A GRESIST dá sinais que sua reestruturação já começou. Média da escola: 9,5
Chegou o Que Faltava – Foi a segunda escola a desfilar, apresentou o enredo “Lendário das águas – Místico, sagrado e elemental”. A escola da Grande Goiabeiras, com o enredo de fácil leitura, mostrou na passarela do samba os mitos e as lendas da criação humana. Que surpresa agradável que Chegou trouxe aos sambistas capixabas. Um desfile coeso, técnico, lindo e agradável. Quando mais novo, ouvia falar que a Chegou o Que Faltava nunca chegava. Presenciei carnavais que a escola desfilada sem carros, baianas ou até mesmo nem ia ao desfile. Houve época que a escola sumiu do carnaval. Em 2001, um samba da escola dizia “Chegou o Que Faltava não morreu, como fênix renasceu...”, parece que esse grito foi ecoado este ano. Um dos melhores desfiles da noite foi apresentado pela escola. A Comissão de Frente, Alegorias (até Iemanjá não quebrar), Fantasias, Samba foram os destaques positivos da escola e devem garantir excelentes notas para a escola. A Bateria veio cadenciada, porém quando concluía suas bossas ao retomar o samba, tinham pequenos desencontros, principalmente no refrão do meio. O casal de MSPB estava com roupa de altíssimo nível, mas no desenvolvimento do desfile em alguns momentos mostravam insegurança e incomodo. Novamente preciso render homenagens aos jovens carnavalescos Jorge e Vanderson, jovens, comprometidos e talentosos. A presidente da escola durante o desfile passou uma imagem de mulher “mãezona”, simples, forte e guerreira. Sinceramente, o desfile da escola foi o do ano. Fortíssima candidata ao título. Média da escola: 9,8
Rosas de Ouro - Os piratas deixaram de invadir a avenida com a agremiação de Serra Dourada. A reedição do enredo “É pirata, fica de olho. A Rosas de Ouro vai desvendar o tesouro”, foi frustrante e nada do que se prometia foi à avenida. O público teve que desvendar nos sete mares e navegar em busca de entender o que aconteceu com a Rosas. O destaque do desfile foi a apresentação do casal de MSPB. A escola azul e amarelo da Serra novamente não fez uma boa apresentação, repetindo o que ocorrera em 2016. Faltou tudo no desfile da escola. Ficamos agora pensando, houve dificuldade de recursos? Sim. Mas todas tiveram e nem por isso deixaram de desfilar minimamente bem. A LIESES precisa repensar a participação da escola no Sambão do Povo e oportunizar outras escolas que querem voltar à elite. O Carnaval Capixaba precisa reestruturar os critérios de acesso e decesso entre os grupos das escolas (Especial, Acesso A e Acesso B). Se não, vai continuar bagunça e nosso crédito que tem se construído vai de água a baixo. Média da escola: 9,0
Chega Mais – A ideia de homenagear a Portela, a partir do enredo “Chega mais e veja a majestade do samba! O voo da águia rumo à Vitória!”, fez a comunidade do Morro do Quadro e adjacências, contar de forma descontraída a história de umas das mais tradicionais agremiações do carnaval carioca. Desfilei na Chega Mais logo no primeiro setor, a convite de uma amiga militante e amante da escola Lizia De Boni. O desfile da Chega Mais, se fosse às 18h, poderia ter sido um desastre, mas com a união e o envolvimento comunitário, embora que ainda reduzido, a escola conseguiu concluir seu projeto para o carnaval. Algumas dificuldades foram encontradas no desfile da Chega Mais, cito por exemplo o samba, com letra extensa e sem efeito melódico, que deve ser penalizado pelo júri. Ainda deve receber penalidade no júri a harmonia e a evolução. O casal de MSPB fez boa apresentação. Já a bateria da escola foi um diferencial, apresentou bom andamento e apresentou o companheiro Vinicius Seabra como mestre. Em relação às alegorias, a escola não apresentou acabamento artístico nos carros e também deve ser penalizada. Média da escola: 9,4
Andaraí - A proposta da escola da comunidade de Santa Martha, foi deixar a passarela do samba ficar ainda mais colorida com o enredo “Com uma paleta de cores vibrantes, Andaraí pinta seu carnaval”. A agremiação apresentou uma inovação no carnaval capixaba, que foi reunir a apresentação da Comissão de Frente e do 1º Casal de MSPB, com roupas lindas, esta união foi o destaque na noite, mas prejudicou a evolução da escola. Em relação a coreografia da CF em 2017, nos parece que George Lucas, diminuiu o grau de dificuldade da dança, preferindo saudação e técnica. Já o 1º casal, apresentou coreografia firme e bom entrosamento na execução do bailado, acompanhei o casal na avenida à convite da estimada amiga Pricylla Pirola. O samba e a bateria da escola fizeram um bom casado no desfile. No que tange a arte plástica, a agremiação fez o dever de casa, levando fantasias de fácil leitura e carros com bons acabamentos. A “venenosa de Maruípe”, disputa sem dúvida, o título do Grupo de Acesso, a briga nota a nota vai ser boa. Média da Escola: 9,8
Tradição Serrana: O caldeirão ferveu no Sambão com a Tradição. A escola de Feu Rosa na Serra, contou as histórias de bruxarias com o enredo “Sim Salabim, o caldeirão vai ferver”. Podemos dizer que a Tradição Serrana é o encontro de todos os sambistas capixabas, a gente vê todo mundo no desfile da escola. A escola apresentou a melhor bateria da noite, com entrosamento, firmeza e ritmo. O samba foi bem cantado e agradou ao passar na avenida. A parte plástica da escola veio com simplicidade, mas com boa leitura da proposta de enredo. O casal de MSPB também executou com facilidade seu papel, apresentando de forma irreverente o pavilhão da escola. Tivemos uma Tradição presente e coerente, apresentando um bom carnaval. Média da escola: 9,6
Imperatriz do Forte - Com o enredo “Gran circo Imperatriz anuncia: venha se divertir no picadeiro da emoção”, a Imperatriz do Forte encheu de magia o Sambão do Povo. Mais um ano a adrenalina cercou a Imperatriz no período pré-carnaval, pois vimos pouco movimento no famoso barracão na Curva do Saldanha, as alegorias simplesmente saíram da cartola. Senhoras e senhores, o espetáculo aconteceu! A escola apresentou uma plástica agradável, um samba enredo bem interpretado por Ricardinho, assim como uma bateria com destaques em sua execução de bossas. A comissão de frente da escola foi a melhor da noite, com uma coreografia com momentos cênicos e irreverente, embora sua evolução tenha custado bom tempo durante o desfile. A escola deve ter penalidades em harmonia e evolução, já que o todo o desfile foi muito lento, parecia que nem começava e nem acabava. O enredo da escola de fácil leitura, foi bem trabalhado e pode conquistar boas notas. A Imperatriz está no páreo para acirrar ainda mais a briga pelo título do Grupo de Acesso. Média da escola: 9,7
Unidos de Barreiros – Com um convite a conhecer a Uganda, a última escola a desfilar na sexta-feira, com o enredo “Uganda, a pérola da África”, a Barreiros entrou na avenida para enaltecer o grande país africano. No entanto, o seu enredo foi dificilmente apresentado pela escola, a partir das fantasias e de todo o conjunto apresentado no desfile da agremiação. Esse quesito deve ficar determinantemente prejudicado na avaliação do júri. As alegorias da escola estavam em perfeito acabamento, mas o restante da escola não condizia. A própria Comissão de Frente, não tinha sentido, a coreografia pouco criativa e sem grau de dificuldade. O casal de MSPB apresentou de forma técnica e correta. A escola de São Cristóvão, parece que desfilou somente como mero protocolo, tipo “marcar presença”, sem a intenção de vencer. A bateria fez uma apresentação com altos e baixos. O samba, embora interpretado com firmeza, ficou aquém da proposta da escola. A harmonia (poucos cantavam o samba) e evolução da escola ficaram em déficit, devendo ser penalizados. Um desfile frio, confuso e sem grandes destaques. Média da escola: 9,3
Sábado (18/02/2017) – Grupo Especial
Foi um dia especial. Imagina você, sambistas, comemorar seu aniversário durante os desfiles, no carnaval. Então, foi o que aconteceu comigo. Aquariano que sou, aniversariei no sábado e a festa foi no Sambão. Que tudo!
Novo Império – A experiente escola da comunidade de Caratoíra e adjacências, abriu os desfiles de sábado. Pra mim, a escola mais esperada da noite foi a Novo Império, talvez por ter apresentado durante todo o período pré-carnaval um bom trabalho de gestão, eventos, atividades socioculturais, enfim, a Novo Império mobilizou o mundo do samba, se preparou e criou expectativa a quem foi lhe assistir. A comunidade sempre muito presente, lotou as arquibancadas, geralmente a primeira escola desfila com público frio, foi diferente com a Novo Império. Todos aplaudiam de pé e com muito entusiasmo a escola azul, branco e rosa. O desenvolvimento do enredo “A cura para o mundo está aqui! Vitória, um manto cheio de esperança”, do carnavalesco carioca Jorge Caribé, foi apresentado de forma coerente. A Comissão de Frente, apresentou uma coreografia bastante agradável, sob a supervisão de Andrezinho Castro e a equipe de bailarinos excelentes, reuniu as diversas lideranças religiosas em seus personagens. O 1º casal de MSPB apresentou uma dança singela, no entanto problema na fantasia da PB deve contribuir para a perda de décimos na apuração. A expressão no rosto da PB, era de incomodo com sua fantasia. Após a passagem do primeiro setor da escola, observamos o início de problemas nas fantasias (alas sem cabeça, faltando itens, sem acabamento, etc.), o que com certeza vai comprometer as notas da escola em importantes quesitos como enredo e fantasias. Percebíamos a tensão dos componentes ao identificarem que os problemas da escola tirariam o título tão sonhado. A escola apesar das dificuldades de plástica, apresentou uma bateria competente, ala de passistas incrível, samba forte, alegorias bem construídas e com pequenos acabamentos. Mais uma vez vimos a cena de uma bateria quase inteira sair chorando por não ter sua fantasia completa, isso é um crime para qualquer setor, muito mais à bateria, seja de qual for a escola. Não sei o que de fato aconteceu, mas é injustificável. A bateria é um dos setores da escola que mais pega pesado o ano inteiro, se não tiver bateria não tem ensaio, não tem desfile. A bateria é o coração da escola. Aliás, a Novo Império, não tem bateria, tem Orquestra, segundo a própria escola. A Orquestra mesmo sem sua indumentária completa, deu show. Parabéns ritmistas! É inegável não citar a comunidade da Grande Santo Antônio, que entra na avenida com o Novo Império cantando, como cantam e defendem com lágrimas a bandeira. Uma coisa que me deixa intrigado é a execução do samba pelo carro do som, o intérprete fazia muitos cortes com gritos de animação, na minha avaliação isso prejudica andamento do samba, podendo inclusive fazer o canto se perder. Sugiro à equipe a reavaliar o modus operandi do samba na avenida. Afinal, estamos no desfile. A escola disputa pela continuidade no Grupo Especial. Média da escola: 9,6
Unidos de Jucutuquara – Com enredo “Na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma!”, a escola faz uma reedição do carnaval de 1991, onde pede a preservação da natureza. Nos dois últimos anos apostei na Jucutuquara como a escola mais técnica do carnaval, fato este, inclusive reconhecido através das notas do júri oficial e da classificação da escola. Este ano, vai ser diferente, a técnica ficou de lado no desfile da escola. Devido a agremiação apresentar graves problema de evolução, o início de seu desfile foi preocupante, pois a concentração da escola foi um “Deus nos acuda”. Participei do desfile da agremiação a convite de Rita Lima, na harmonia próximo à ala das crianças, que por sinal estava com fantasia incompleta. Com um samba construído na década de 1990 por Francisco Velasco e Lucca, muito criticado no período pré-carnaval, acredito que a escola superou barreiras e teve o samba executado de forma muito satisfatória, pela equipe do carro de som e Kléber Simpatia, que novamente demonstrou seu talento na interpretação de samba enredo. Reparem, que as linhas do samba tem uma construção extremamente melódica e muito diferente do que habitualmente vemos nos sambas por aí. O canto estava presente nos componentes, que entoavam com força os versos do samba enredo, que deve render boas notas à harmonia. As alegorias construídas por Osvaldo Garcia, foram de extremo bom gosto e acabamento com boa plástica visual. Na verdade, Osvaldo tem um bom gosto maravilhoso, o cara é bom e demonstra isso a cada ano com seu sério trabalho. Viram a Coruja no Abre Alas? Estava impactante. Algumas alas estavam com fantasias incompletas, o que pode prejudicar o quesito. O casal de MSPB fez uma apresentação beirando a perfeição, com maestria em suas apresentações em frente as cabines. A bateria se apresentou com firmeza em seu andamento, tendo destaque os agogôs. A Comissão de Frente da escola teve grande destaque no desfile, percebi que quando utilizavam o elemento cenográfico (tripé) demonstravam estranheza e a excelência da CF se decaía. Mais uma vez algo atrapalha a CF, ano passado foram as “pragas das capas”, este ano o tripé. Mas nada que tirasse o brilho da proposta da Comissão. O coreógrafo Jorge, merece todos os nossos elogios. A Unidos de Jucutuquara com certeza vai avaliar seu carnaval, levando em consideração aquilo que funcionou. Até o momento, a escola disputa a permanência no Grupo Especial. Média da escola: 9,6
Mocidade Unida da Glória (MUG) - “A MUG dá as cartas!”, cheia de mistérios, convidando a todos a decifrar os enigmas e as magias. A MUG apresentou um excelente carnaval, com seriedade, compromisso e vontade de ganhar. Fruto de seu trabalho ocorrido durante o ano inteiro. Como sabemos, Carnaval se ganha na avenida. Alguns deslizes foram identificados no desfile da MUG, o casal de MSPB teve problemas nas cabines de apresentação. A PB estava com algum problema no mastro, que consequente deixava a bandeira com excesso de inclinação. A Comissão de Frente apresentou coreografia muito simples. Eu acho, que eu fico cobrando demais da MUG neste quesito, pois a coreografa Mônica Queiroz, é muito reconhecida no mundo artístico e no que se refere à CF, vejo que ela opta pelo “feijão com arroz” para garantir o dez de sempre. As fantasias, como as alegorias foram as melhores da noite, com perfeito acabamento e compreensão do enredo que tinha fácil leitura. O enredo da escola merece dez, já que foi contado de maneira clara e objetiva. A bateria e o samba da MUG, funcionaram na avenida cumprindo suas obrigações, destaque para o carro de som. A MUG fez um desfile pra orgulhar o carnaval capixaba, com plástica e competência. Impecável, essa é a palavra para definir o desfile. Sem dúvida nenhuma, a MUG é fortíssima candidata ao título de campeã do carnaval, acumulando mais uma estrela em seu pavilhão. A MUG deu as cartas! Média da escola: 9,9
Pega no Samba - Trazendo o enredo “Nas taças da história…sou vitis, vinífera, o néctar da humanidade”. A escola passeou pelos aromas do vinho e nos fez colher e beber boas histórias, do famoso tinto, seco e suave. Hummm… A Comissão de Frente da escola que faltou em 2016, apresentou uma coreografia mediana em 2017. O casal de MSPB fez uma apresentação regular e com graciosidade. As alegorias do Pega pareciam “Ctrl + C” “Ctrl + V”, pelo menos dois carros pareciam a mesma coisa, com acabamento muito comprometido. Os grandes destaques da escola foram o excelente samba enredo e a bateria, comandada por Mestre Jorginho, que foram um sucesso e devem garantir excelentes notas à agremiação. As fantasias e a evolução da escola podem ser penalizadas na avaliação do júri. A impressão final do desfile é de que faltou alguma coisa, foi um desfile com plástica irregular. O desfile do Pega, foi frio, deixando como saldo final para a escola a acirrada briga pela permanência no Grupo Especial. Média da Escola: 9,5
Unidos da Piedade - “De cara pintada com a Piedade na avenida, o enredo da Mais Querida apresentou as diversidades das caras pintadas, desde as maquiagens até a máscara da riqueza teatral. Em um desfile surpreendente a Piedade pintou o Sambão de alegria e com acertos de início ao fim, claro houveram erros, mas bem poucos. Há três anos eu não desfilava e este ano decidi participar do desfile, sendo super agradável. Esperava um pouco mais da Comissão de Frente da Piedade, parecia que faltava alguma coisa, a coreografia em alguns momentos lembravam outros carnavais da escola. Deve garantir notas boas para a escola. A apresentação do casal de MSPB, foi correta e técnica, sem deslizes. As alegorias da escola apresentavam bom acabamento e fácil leitura, o último carro poderia ter sido melhor trabalho, pois desvirtuou no cenário geral da escola. A bateria da Piedade, demonstrou seu ritmo forte, com boa execução das bossas e sustentação ao samba. Já o samba, que não é do meu agrado, foi bem interpretado por Marquinho e equipe, a letra pode garantir notas interessantes para a verde, vermelho e branco. A evolução da escola deve ficar comprometida devido ao carro abre alas que apresentou problemas logo no início e ao final do desfile a “correria” dos componentes para passar a linha final. A escola do Berço do Samba Capixaba, teve na minha avaliação a melhor harmonia (canto do samba) de 2017. O conjunto da plástica visual da escola foi extremamente agradável e de bom gosto. A mais querida do carnaval e do meu coração deve ficar entre as três primeiras colocações. Média da escola: 9,8
Boa Vista – Tem virado moda a última escola a desfilar ser a campeã. Em 2017, provavelmente esta lógica deve se repetir. A águia de Itaquari, Cariacica, contou a história da vida cigana, o enredo “Sob a luz do luar, guiada pelas estrelas…Boa Vista em alma cigana, optcha!”, com cartas, baralho e a bola de cristal, a agremiação demonstrou que veio pela briga ao título. A escola deve reunir uma diversidade de notas máximas espalhadas pelos quesitos. O carnavalesco Peterson que no ano passado não teve sorte, este ano parece ter recebido muita força do povo cigano, porque a escola estava deslumbrante. A abertura do desfile com a CF foi incrível, com coreografia perfeita, sincronismo, grau de dificuldade elevado e saudação ao público, a equipe de bailarinos são dignos de nota dez. O 1º casal Vanessa e Bruno, demonstraram perfeição no bailado e também devem garantir a nota máxima para a escola. O primeiro ano de Bruno e Vanessa juntos foi espetacular, garantindo que a parceria deve ser duradoura. O samba enredo que não havia me agradado no CD, mostrou que na avenida era funcional e foi muito bem executado, acompanhado da bateria que também foi um sucesso. Na bateria da Boa Vista, merece destaque a presença maciça das mulheres, que ajudam no ritmo da agremiação. As alegorias da escola estavam com bom acabamento e com composições que completavam a plástica da agremiação. Acredito sinceramente que a Boa Vista tem algumas vantagens em relação às demais escolas e é forte candidata ao título. A escola fez um dos maiores desfiles do nosso carnaval. Parabéns, Boa Vista! Média da escola: 9,9
E Viva o Samba!
* Jocelino Júnior é pedagogo e articulador cultural. Coordenador do Grupo Raízes da Piedade.
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