Em “Ciranda de roda, de roda de samba da vida
que girou que gira
Na roda da saia rendada
Da moça que dança ciranda
Ciranda da vida
Que gira e faz girar a roda
Da vida que gira!”
( Martinho da Vila)
Durante quase sete anos tivemos mais de um milhão de visitantes no Site Viva Samba, então resolvi homenagear alguns sambistas. A primeira da lista simplesmente é uma capixaba que reside em São Salvador capital da Bahia há algum tempo, mas que nunca deixa de acessar o Site Viva Samba e ficar por dentro dos bochichos do Carnaval Capixaba.
Essa moça passou por vários percalços, mas soube conduzir a ciranda da vida girando pelo lado positivo, tipo, brincando do "Jogo do Contente". Começou a fazer barulho no reino de Momo numa idade bem precoce. Por volta dos doze anos foi Rainha da Bateria da Novo Império, e se não fosse eleita, pelo bem geral da monarquia imperiana, ela desfilava na frente da bateria na marra mesmo.
Logo em seguida se tornou porta bandeira. Aos quinze anos casou-se com um sambista/passista chamado Roberto da Matta, que veio a ser seu mestre sala e formaram o primeiro casal da família imperiana. Reza a lenda que as críticas de uma pessoa que era entendida de carnaval na época, mais precisamente no quesito que eles representavam não foram favoráveis, por serem duas crianças bailando na avenida, mas o resultado veio com força, pois essas crianças nunca tiveram notas menores que dez. Imaginem vocês que babado forte essa menina fez ao vivo e a cores para o(a) “especialista” diante do mundo do samba.
A menina que cito, se chama Eulina Karla da Matta, negra e exuberante, a rainha da simpatia. Com seu “eu” lírico sempre transbordando, tornou-se musa inspiradora do cronista, mas... Se mexerem com ela, seus familiares ou amigos queridos, a baiana roda com a força de uma verdadeira imperiana de fé.
Essa moça brotou de uma árvore de sambistas e também plantou uma semente que por sinal anda muito bem adubada no mundo carnavalesco, e olha que ele não herdou o bailado de mestre sala do pai Roberto, muito menos do seu experiente tio Kira que ainda desfila na passarela do Sambão. Esta semente chamada Kaike Sant'anna da Matta é compositor e intérprete, tanto aqui em Vitória quanto em São Paulo onde reside, fazendo parte do grupo de intérpretes da Tom Maior, e o menino ainda toca um cavaquinho pra ninguém colocar defeito.
E neste período de um milhão de acesso nossa irreverente sambista e internauta que já deixou sua marca registrada no samba capixaba, passa pela idade da loba, e nada mais nada menos resolve comemorar aqui em terras capixabas, reunindo grandes amigos que acompanharam sua trajetória. E mesmo que não fossemos convidados, com certeza a Equipe Viva Samba apareceria, sabe porque? Jamais podemos perder um babado e confusão regada com muita fofoca no mundo do samba.
E o quê que a Bahia tem? Tem Eulina Karla da Matta que fez da utopia lúdica sua vida real e passou a ser uma cidadã soteropolitana até no sotaque, mas jamais esqueceu o capixabez de nosso samba, pois todo ano ela está em nossa passarela mostrando tudo que o povo capixaba tem nesta deliciosa festa profana chamada carnaval.
E viva a informação, principalmente a virtual que nos propicia o contato com o sambista em várias partes do Brasil e do mundo.
E Viva Samba!
Iamara Nascimento, Eulina Karla e seu filho Kaike Sant'anna
“Carla continuará seu percurso de nascente às águas de Janaina, e nos
braços que nunca cansam, carregará flores como oferenda.”
(Jace Theodoro - Jornalista, cronista e sambista capixaba)
* Nota: O título deste texto foi extraído da página 19 do livro InDelicadezas em cena Crônicas Musicais de autoria do escritor Jace Theodoro onde ele presta excelente homenagem a nossa querida Karla.
* Iamara Nascimento é funcionária pública, foliã apaixonada pelo carnaval e pela Unidos da Piedade, Conselheira Municipal de Cultura e Colunista do Site Viva Samba.
UM LUGAR, UM PERSONAGEM,
O BRASIL!*
por Iamara
Nascimento
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