Maio é considerado o mês das mulheres, noivas, mães... E por que não falar das mães do samba?
 
Quando tive esta ideia, a primeira mãe que me veio à cabeça foi aquela que não conhecemos como tal, e sim “tia”. Isso mesmo, a "imortal Tia Ciata" mãe de quinze filhos e que numa época onde o samba e o candomblé eram reprimidos pela polícia ela abria sua casa para fazer “pagodes” com bambas como: Pixinguinha, Donga, João da Baiana e Heitor dos Prazeres. Ainda hoje a casa da “Tia Ciata” é referência para o surgimento do samba. Reza a lenda que o primeiro samba gravado nasceu em sua residência. Esta mãe carregou a bandeira em defesa do samba e do sambista brasileiro até seu último suspiro.
 
No samba capixaba existem várias sucessoras de “Ciatas” que na maioria das vezes ficam no anonimato e passam despercebidas para muitos, mas que fazem a diferença sempre. Por isso resolvi prestar minha pequena homenagem a todas as mães que dentro de suas proporções participam do samba capixaba dando suas contribuições.
 

Quero homenagear as doces mães "Dulces" que um dia fez a primeira fantasia para uma filha, depois tomou conta do neto para esta filha estar nas reuniões de escola de samba, num barracão, num ensaio de comissão de frente e no dia do desfile estava lá pronta desfilando na passarela do samba.
 

Tem também as mães de vários Lucas e Kellys que ficam toda orgulhosa quando vêem seus pimpolhos tocando aquele surdo de primeira, ou suas lindinhas se apresentando no grupo de passistas e depois estas mães vestem a roupa de baiana e dão um show na avenida. E as mães "Marilzas" que dão um tremendo suporte para filhos(a) compositores, ritmistas e cantores e sempre carregando a simpatia no semblante na hora de difícil decisão para não deixar a peteca cair.
 

Temos também as mães "Marlenes" que durante toda a vida estão lá com a fita métrica no pescoço perdendo dias e noites costurando fantasias para verem o brilho de suas escolas.
 

Jamais esquecerei as Mães de Miss, ops! Não são Misses são Rainhas, principalmente aquelas que já foram majestade um dia e passaram a faixa para a filha. Adivinhem de quem estou falando? Mães madrinhas também, que são até vovós, arrasam na frente da bateria, ganhando assim o prêmio “Faisão de Ouro”. E as mães "Rosas" e "Tanias"... Que na maioria das vezes como não bastasse ter as filhas porta-bandeiras acabam adotando os mestres-salas também? E por falar em porta bandeira, quero fazer uma homenagem especial a todas as mães "Déboras", pois a natureza não permitiu que fossem mães biológicas, mas para compensar abriram as portas de seus corações para adotarem a maternidade e amor de uma verdadeira mãe, parabéns a vocês.
 

Temos as mães "Elianas", que pelo fato de serem esposas de presidentes têm que segurar o rojão e administrar família junto com escola de samba e também acabam adotando um barracão inteiro. Haja fôlego! Já que tocamos nos presidentes, e as mães deles heim? Meu Deus! Estas, junto com as mães dos carnavalescos, acho que só perdem para as mães de juízes de futebol, ou não! É muita demanda!
 

Meu recado também vai para as mães "Ledas" que além de serem fundadoras e baluartes atuantes do carnaval, arrastam toda a família para colocarem sua escola na avenida.
 

Finalizando quero saudar a grande mãe do povo capixaba incluindo nós sambistas, a mãe majestosa e soberana que lá do alto do convento, está nos abençoando e protegendo-nos. É a Nossa Senhora das Alegrias. Ela que já foi homenageada várias vezes em nosso carnaval. “No rosto e na alma ela nos acalma e trás o sentido da vida.”
 
SALVE, SALVE NOSSA SENHORA DA PENHA!
 






* Iamara Nascimento é funcionária pública, foliã apaixonada pelo carnaval e pela Unidos da Piedade e Colunista do Site Viva Samba.
ÀQUELAS QUE PADECEM NO “PARAISO” DO SAMBA
por Iamara
Nascimento
Todos os direitos reservados ®
/vivasamba